No último dia 14 o Diretório Central dos Estudantes da UNIR denunciou que a Administração Superior da universidade estava elaborando uma nova proposta de regulamento disciplinar discente sem ter informado ou consultado o corpo estudantil. Segundo os estudantes, tal situação é grave porque “além da universidade estar elaborando esta minuta por debaixo dos panos, ignorou passar a informação adiante para os estudantes que só ficaram sabendo por acaso em uma reunião de centros acadêmicos e o DCE, isso porque de todos os mais de 30 cursos de graduação e pós-graduação que temos em Porto Velho, somente os 4 do núcleo de saúde foram informados, sendo que o regulamento disciplinar atingirá a todos” como nos explica Karine Stéfany, aluna de pedagogia.
Os estudantes reforçaram que o surgimento de um regulamento que institui novas formas de punir os discentes da UNIR logo após inúmeras denúncias de ações autoritárias, perseguições e assédios morais partindo da própria administração superior não é coincidência, e por isso exigem o fim da nova proposta.
Segundo uma estudante de direito “alguns problemas da minuta são que a resolução traz tipificação de condutas de forma ambígua dando margem para interpretações e principalmente discricionariedade quanto ao que a Comissão pode entender, como no caso do art. 11º, inciso VII sobre quais as manifestações de afeto são impróprias em ambiente público. Baseando-se em um modelo de regimento disciplinar discente de escola técnica, a UNIR utiliza de meios regulamentares talvez até como tentativa de dar resposta e silenciar os inúmeros casos de violações recentes, como os assédios morais, que são praticados inclusive pela administração superior contra a comunidade acadêmica, assim como mostra que não há preocupação em dirimir, educar e como também criar e aplicar protocolos de enfrentamento frente às diferentes problemáticas.”
Em vídeo recente produzido pela entidade máxima de representação dos alunos na UNIR, o coordenador-geral do DCE, Alexandre de Melo aponta que proposta semelhante já foi apresentada na UNIR no ano de 2007 e por conta disso os estudantes ocuparam a reitoria até que a minuta fosse derrubada, e é exatamente isso que os discentes exigem neste momento. Alexandre finaliza: "nossa universidade possui uma série de problemas a nível estrutural, passamos semanas sem aulas presenciais por falta de água, energia, falta de segurança porque não temos iluminação no campus, faltam seguranças patrimoniais. E quando nós denunciamos isso surge uma proposta de regulamento disciplinar que possui ambiguidades que podem nos censurar por expor os reais problemas da UNIR. Nós sabemos que não é coincidência, essa minuta veio para perseguir politicamente os estudantes da nossa instituição e nós não vamos descansar até que seja engavetada, sequer deve ser votada no núcleo de saúde ou no conselho superior da UNIR.”